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Mostrando postagens de outubro, 2017

Voltei porque eu "me simpatizo" com vocês!

Depois de um tempo ausente deste respeitoso e politicamente incorreto(!) fórum de Língua Portuguesa, retorno para esclarecer um equívoco do amiguinho Sr. Vendedor de Carros Usados, o qual disse não ter SE SIMPATIZADO comigo por eu ter refutado a compra de um Marea novinho, também conhecido como carro-bomba! O comentário foi feito no momento em que eu deixava o muquifo. Confira comigo no replay: - Cara xarope! Não ME SIMPATIZEI com ele!!! Ahhh, querido, vai tomar no centro do olho do seu cu!!! É por isso que você é vendedor de Marea, seu afrouxado!!!   O verbo simpatizar/antipatizar exige somente a preposição “com”, afinal, se você simpatiza, simpatiza com alguém. Exemplos: Simpatizo com a ideia de botar fogo no seu Marea. Além do mais, estes verbos não são pronominais, ou seja, não precisam de pronomes oblíquos para referenciar às pessoas (1ª, 2ª e 3ª) do discurso. Isso explica porque as construções abaixo são impossíveis. Antipatizo-me com o defensor de Marea. O

“Aonde você mora? Ou seria onde??? Puta que pariu!!!”

Quem nunca teve dúvida sobre duas palavrinhas capazes de machucar nossos ouvidos e nos irritar profundamente, como ONDE e AONDE? Chega de dúvida. Bora lá aprender saporra! ONDE dá ideia de LUGAR em que se está ou em que se passa algum fato, estando geralmente, ainda, associada a verbos de estado e permanência. Ex: Onde fica a casa das primas? / Onde está o flagrante? / Estou preso onde você me deixou / Começaremos a patifaria de onde paramos / Onde você comprou essa roupa também tinha para homem? / Já AONDE é a junção da preposição a + onde e dá a ideia de movimento, muito por estar associada, geralmente, a verbos que indicam movimento. Incrível né!!! Vou exemplificar: Ex: Aonde você vai vestida desse jeito? / Não sei aonde ir / Aonde você espera chegar sendo um maldito cretino? / Eu andarei contigo aonde você for / Antes que você me pergunte sobre aquela música escrota do Cidade Negra, sim, eles erraram. Mas foi de forma deliberada (assim espero!), graças à tal licenç

“Menas ingnorância, é ansim que se fala!”

Determinadas palavras jamais deveriam ser proferidas. E não é porque são descartáveis ou inúteis. Nada disso. O problema é que quando são subvertidas causam vergonha alheia. Sabe quando o cidadão lança na roda aquele “seje” que chega aos ouvidos como um tapa do Hulk??? É disso que eu estou falando!!! Com o utópico sonho de tentar evitar que cada vez mais pessoas cometam atrocidades gramaticais com alto grau de complexidade, elaborei o Top 10 das palavras – versão Mobral – que jamais deveriam sair da boca de alguém. MENAS: o advérbio de intensidade "menos" é invariável, sempre; SEJE: o verbo SER, no presente do subjuntivo e no imperativo, será sempre "seja". Isso também se aplica a "esteja", do verbo ESTAR; ADEVOGADO: por que será que ninguém fala "Adeministração"??? Mistério!!! É advogado, cidadão!!!; INGNORANTE: quem fala assim é um "indiota", "istúpido" e fugiu da "iscola", segundo o dicionário da Carla

“Mim Tarzan, você Jane!”

Se tem uma coisa que me incomoda bastante é o tal do “MIM pronome pessoal reto(!)”. Todo mundo, pelo menos uma vez na vida, já ouviu um sonoro “pra mim fazer”, “pra mim comer”, “pra mim comprar”, “pra mim se matar”, etc. O detalhe, caros amigos, é que MIM não é pronome pessoal reto (eu, tu, ele, ela, nós, vós, eles, elas) e muito menos conjuga verbo. Mim não come, mim não compra, mim não mata! Somente o “EU” é capaz de expressar ações na primeira pessoa do singular. Outra coisa que me chama a atenção é que as pessoas cometem esse erro grotesco sempre no meio e fim das orações, nunca no início. Ninguém diz “Mim vai almoçar e você fica aqui”, mas todo mundo diz “Você fica aqui pra mim almoçar”. Deve haver alguma explicação para isso na Linguística, contudo, não é hora para análises de discurso.    Nos interessa saber que, antes de verbos, ao invés de MIM, o correto é usar o pronome “EU”. Ex: Vou fazer bucho para EU comer | Duvido que EU compre essa porcaria | É mais provável q

“Por que o porquê do porque é diferente de por quê?”

O assunto do post de hoje chegou-me por meio do camaradinha Bruno Damião, de Mogi Guaçu (SP). Puto com as pegadinhas do universo gramatical, ele questiona o uso dos “porques” e a funcionalidade de cada um. Calma, paquito!!! É bem mais simples do que você pensa. Let’s go, little grasshopper!!! Há quatro tipos de “porque” na Língua Portuguesa, todos muito simples e de fácil memorização. “POR QUE” (preposição + pronome interrogativo) é utilizado sempre em PERGUNTAS (exceto quando encerra a frase, conforme aludido abaixo) e equivale a POR QUAL RAZÃO / POR QUAL MOTIVO. Molezinha!!! Ex: “Por que” que você é escroto desse jeito? Há casos que “POR QUE” assume a sequência preposição + pronome relativo e, por isso, passa a ser equivalente aos pronomes PELO QUAL e flexões (pela qual, pelos quais e pelas quais).   Ex: Ser escroto é a Filosofia por que você respira. Já “POR QUÊ” é usado sempre ao término das frases, imediatamente antes de um ponto (final, interrogação, exclamação

Mas, não tem nada de mais!”

O assunto de hoje é uma solicitação do auditor Alessandro PINTO Nadalini, que mora em Campinas (Ah, mona!!!). Ele quer que eu explique para os seus amigos semianalfabetos a diferença entre “MAS” E “MAIS”. Deixa comigo, PINTO!!! O “MAS” é uma conjunção (palavra invariável que une termos de uma oração ou une orações, segundo Infante, 1995) adversativa, a qual exprime ideia contrário e equivale a PORÉM, NO ENTANTO, CONTUDO, ENTRETANTO, TODAVIA, etc. Ex: Ele comeu cocô, MAS já escovou os dentes | Ele é viado, MAS é meu amigo Já o “MAIS” pode ser um advérbio de intensidade ou pronome indefinido, usado, na maioria das vezes, em oposição (contrário) a MENOS. Usado como advérbio de intensidade, o MAIS modifica um verbo ou adjetivo: Ex: Estou cada vez MAIS velho e MAIS feio | Mais vale uma teta na mão do que duas no sutiã Usado como pronome indefinido, o MAIS modifica um substantivo: Ex: Menos conversa e MAIS pancadaria (SUBSTANTIVO) resolveriam a situação. TENTE ESQUECER

“Há, à, a, ah, HÃÃNNNNNNN???”

Bem, cocotões e cocotinhas!!! Agora que finalizamos o assunto CRASE (por enquanto, pois novas dúvidas poderão surgir até os últimos dias de nossas vidas!!!), quero aproveitar o ensejo para esclarecer o uso de quatro vocábulos completamente diferentes que costumam espancar a Gramática na mão dos menos atentos(!). LOMBARDI, QUAL É O TEMA??? OI, SÍLLVIUUU!! O TEMA DE HOJE É A MERDA DO HÁ, À, A, AH, SÍLLVIUUU!!! Para diminuir o problema, esqueçamos o “À” (crase = preposição + artigo), visto que já esmiuçamos este assunto nos últimos três posts. Portanto, MORRA, CRASE!!! Partamos, então, para a palavra “HÁ”: trata-se do verbo HAVER, na forma impessoal, empregado na terceira pessoa do singular (regra imutável para verbos impessoais, que também são invariáveis e não possuem sujeito). Aqui, o HÁ é utilizado no sentido de EXISTIR. Ex: HÁ (existe) uma calcinha suja no varal | Eu me caguei todo e não HÁ (existe) o que dizer nessa situação | HÁ (existe) coisa pior que hemorroidas?

Crase parte 3 - Vamos acabar logo com essa palhaçada!!!

Para rematarmos o assunto crase e seguirmos em frente, vamos pontuar as regras já mencionadas e exemplificar algumas outras. Let’s go, baby!!! Sabemos, até agora, que não usamos crase: - ANTES DE PALAVRAS MASCULINAS (exceto quando há a supressão de uma palavra feminina subentendida); Ex: O bandido concedeu entrevista À Globo (Rede ou TV) | São sapatos À Henrique VIII (à moda de) | Sua escrita tosca tem um estilo à Paulo Coelho (à maneira de) | Gosto de chocolate com bife À milanesa (à moda de Milão). - ANTES DE VERBOS; - EM EXPRESSÕES FORMADAS POR PALAVRAS REPETIDAS (Essa é nova!!!);  Ex: Dia a dia, hora a hora, frente a frente, cara a cara, gota a gota, etc. - ANTES DE PRONOMES PESSOAIS (eu, tu, ele, ela, nós, vós, eles e elas – se não souber isso, o tio desiste, tá bom, princesos e princesas!!!); Ex: Eu dei a bomba a ela | Tudo o que fizeram a nós foi pago em dobro. - ANTES DE PRONOMES DE TRATAMENTO (você, Vossa Excelência, Vossa Santidade, Vossa Magnificência, V

Crase parte 2 - Dou aulas de Português "de segunda à sexta" (não é possível!!!!)

Se vocês ainda estão por aí, quer dizer que não desistiram. Então, vamos continuar nossa explanação sobre CRASE. Ataquemos, hoje, os casos relativos às horas, dias e lugares. No que tange às HORAS, podemos utilizar o macete publicado anteriormente (Olha lá, seu folgado!!!) Troque a palavra HORA/HORAS por MEIO-DIA e, se incidir a contração “AO” (= PARA O), haverá crase.    Ex: Eu morri ÀS 4h / Eu morri ao MEIO-DIA O banco foi assaltado À 1h da madrugada / O banco foi assaltado ao MEIO-DIA Diferentemente: AS quatro horas que ficamos presos foram maravilhosas. OS quatro dias que ficamos presos foram maravilhosos. AS, neste caso, é apenas um artigo definido (a, o, as, os) e, portanto, não recebe crase. Só para reforçar: Quando estiver em dúvida sobre o uso da crase, troque o termo que procede o artigo por uma palavra masculina e, novamente, se o “AO” der o ar da graça, certamente haverá crase. Ex: Alguns vagabundos dormiam à sombra (ao sol). A mistura de coca-col

Crase parte 1 - “À partir” de hoje, vamos escrever essa meleca corretamente

“Oh, CRASE da morte, tu que és tão forte, que mata o gato, o cachorro e o papagaio. Quando vieres me humilhar, que seja rápida e fulminante.” Não vou mentir para vocês: CRASE É FODA!!! Ao menos para quem não lê!!! Na verdade, quem tem o hábito da leitura não costuma passar perrengue quando o assunto é Língua Portuguesa. Acho que essa condição também vale para todos os outros assuntos da vida. Mas, enfim, se você não é um leitor inveterado, ao menos deixará de mostrar para todo mundo, no facebook, que você não tem a mínima ideia de quando usar a crase!    Primeiro ponto: esqueça essa conversa de que, na dúvida, coloque crase. Quem foi o imbecil que inventou isso? É o mesmo que dizer: “Eu morro cortando os pulsos? Na dúvida, corte!!!” Que merda é essa!!! Segundo ponto: Eu poderia oferecer a mesma explicação que você encontra em qualquer gramática – até na do Ataliba de Castilho, embora eu ainda não tenha encontrado porque sou muito burro para entendê-lo – que diz que a crase

Tinha “pago” a conta com dinheiro roubado

Os verbos “pagar” e “pegar” são objetos de dúvidas clássicas na Língua Portuguesa: falamos “tinha pago” ou “tinha pagado”? “Havia pego” ou “havia pegado”? Ocorre que alguns verbos abundantes possuem dois particípios, um regular e outro irregular. O detalhe, neste caso, está nos verbos auxiliares “ter” e “haver”. Estes, segundo a norma clássica, ligam-se à forma regular, enquanto os auxiliares “ser” e “estar” aceitam a forma irregular. Parece difícil, mas não é! Comparemos: “Eu tinha vomito no colchão” ou “Eu tinha vomitado no colchão”? “Eu tinha roubo uma bicicleta” ou “Eu tinha roubado uma bicicleta”? “Eu havia chuto a sua cara” ou “Eu havia chutado a sua cara”? “Eu havia uso drogas recreativas” ou “Eu havia usado drogas recreativas”? Percebe como os verbos “ter” e “haver” se conectam perfeitamente com verbos no particípio regular. Então por que cargas d’água algumas pessoas insistem em falar “Eu tinha pago a conta” ou “Eu havia pego a micose”? Por que é mais boni