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“Por que o porquê do porque é diferente de por quê?”

O assunto do post de hoje chegou-me por meio do camaradinha Bruno Damião, de Mogi Guaçu (SP). Puto com as pegadinhas do universo gramatical, ele questiona o uso dos “porques” e a funcionalidade de cada um. Calma, paquito!!! É bem mais simples do que você pensa. Let’s go, little grasshopper!!!

Há quatro tipos de “porque” na Língua Portuguesa, todos muito simples e de fácil memorização.

“POR QUE” (preposição + pronome interrogativo) é utilizado sempre em PERGUNTAS (exceto quando encerra a frase, conforme aludido abaixo) e equivale a POR QUAL RAZÃO / POR QUAL MOTIVO. Molezinha!!!
Ex: “Por que” que você é escroto desse jeito?
Há casos que “POR QUE” assume a sequência preposição + pronome relativo e, por isso, passa a ser equivalente aos pronomes PELO QUAL e flexões (pela qual, pelos quais e pelas quais).  
Ex: Ser escroto é a Filosofia por que você respira.

Já “POR QUÊ” é usado sempre ao término das frases, imediatamente antes de um ponto (final, interrogação, exclamação ou reticências), inclusive em perguntas.
Ex: Você é escroto e eu não sei por quê.
Ex: Você é feliz por ser escroto. Por quê?

“PORQUE”, por sua vez, trata-se de uma conjunção explicativa (coordenativa) ou causal (subordinativa), utilizada sempre em respostas.
Ex: Sou escroto “porque” nasci assim. (explicativa)
Ex: Chutei a sua cara “porque” você é escroto (causal)

Por fim, “PORQUÊ” representa um substantivo que expressa causa, razão ou motivo, normalmente acompanhado de um determinante (artigo, por exemplo), e que pode ser pluralizado na boa, sem medo!!!  
Ex: Ainda discutem o “porquê” (o motivo) de tanta escrotice.
Ex: Os verdadeiros porquês (motivos) de sua escrotice nunca serão revelados.

Viu só, amiguinho, como é simples!!! Vou ficando por aqui e encerro com o célebre poema de um dos maiores nomes que a literatura brasileira já produziu: FALCÃO.

PORQUE homem é homem             
Menino é menino       
Macaco é macaco     
E veado é veado.

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