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“Menas ingnorância, é ansim que se fala!”

Determinadas palavras jamais deveriam ser proferidas. E não é porque são descartáveis ou inúteis. Nada disso. O problema é que quando são subvertidas causam vergonha alheia. Sabe quando o cidadão lança na roda aquele “seje” que chega aos ouvidos como um tapa do Hulk??? É disso que eu estou falando!!! Com o utópico sonho de tentar evitar que cada vez mais pessoas cometam atrocidades gramaticais com alto grau de complexidade, elaborei o Top 10 das palavras – versão Mobral – que jamais deveriam sair da boca de alguém.

MENAS: o advérbio de intensidade "menos" é invariável, sempre;
SEJE: o verbo SER, no presente do subjuntivo e no imperativo, será sempre "seja". Isso também se aplica a "esteja", do verbo ESTAR;
ADEVOGADO: por que será que ninguém fala "Adeministração"??? Mistério!!! É advogado, cidadão!!!;
INGNORANTE: quem fala assim é um "indiota", "istúpido" e fugiu da "iscola", segundo o dicionário da Carla Perez. O correto é "ignorante";
VIM: este verbo até existe, mas quando indica passado. O problema é que o coitado é sempre usado no futuro, como, por exemplo: “Amanhã tenho que VIM aqui”. Se o tempo é futuro, o verbo é VIR;
DE MENOR: essa até arde o olho!!! Quando nos referimos a uma pessoa com menos de 18 anos, fala-se MENOR, apenas. MC DE MENOR (e de burro pra caralho!!!). O mesmo ocorre em DE MAIOR, para maiores de 18 anos. Diga apenas MAIOR, lindão;
PERDO: eu não "perdo" nada, eu PERCO. Esqueça isso, amigo! Perdo é igual ao Papai Noel: não existe!!!;
ENTERTIDO: essa é sensacional!!! Porém, o certo é ENTRETIDO, de entretenimento;
OBRIGADA EU: Às queridas atendentes, balconistas, vendedoras e afins. A menos que estejam falando de frente ao espelho, usem “OBRIGADA A VOCÊ”. Do contrário, lindinhas, vocês agradecerão a si mesmas para o resto da vida!!!;
QUESTÃ: "questã" é seu cu (sem acento!!) Quantos anos você tem, porra??? 160?? Nem na época do Machado de Assis se falava assim. Não fode hein!!! É QUESTÃO, e ponto final.
Sei que há várias outras palavras para endossar essa lista, no entanto, acredito ser aquelas que mais me provocam ranço e depressão.

VALE A NOTA: Como professor entusiasta e sabedor das transformações que a Língua falada sofre nos variados âmbitos aos quais é submetida, não dirijo este post àqueles que jamais tiveram instrução e que, apesar disso, ainda conseguem demonstrar beleza em sua fala regionalista e parca. Dirijo-me à geração “CABEÇA BAIXA”, a qual se acha especial e superinformada apenas por ter o celular da moda, mas que não perde a chance de mostrar nas redes sociais o quanto é ignorante e retrógrada (Se você é um CABEÇA BAIXA, certamente não sabe o significado de retrógrado. Pergunte ao celular, quem sabe ele te responde!!!).


E apesar das palavras duras, tenho certeza de que não estou ofendendo ninguém, pois duvido que um espécime dessa estirpe seja atraído por um blog que não fala de lixo cultural e celulares. Como diria meu cunhado: “CAGUEI PRA VOCÊ!” 

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